27 janeiro 2009

Mensagem 079 - Fim da Kuarup Discos

Bom dia

Como sempre gostei e gosto muito de música, de vez em quando, visito as páginas virtuais de gravadoras e para minha surpresa, mais uma gravadora brasileira se vai Kuarup Discos
.

abaixo a notícia no sítio (http://www.kuarup.com.br/br/) da gravadora.

"Depois de 31 anos dedicados à melhor música brasileira, a gravadora independente
carioca Kuarup Discos decidiu encerrar suas atividades nesta virada de ano.

Ao longo dos últimos anos, as vendas de produtos físicos sofreram queda vertiginosa,
nem de longe compensada pelas vendas por download.
Entendemos que a crise do CD é irreversível e tornou inviável nosso modelo de negócio, inteiramente calcado na produção e comercialização de música de qualidade.

Agradecemos aos nossos amigos, funcionários, representantes, clientes e fornecedores, e sobretudo aos nossos artistas, que continuarão a carregar a bandeira desta música brasileira que ajudamos a divulgar durante todos estes anos.

Kuarup Produções Ltda/ Kuarup Discos "

A lamentar o fim de uma gravadora brasileira, que nunca impôs um padrão musical na mídia mas se preocupou em divulgar boas músicas brasileiras.

Com certeza veremos em breve alguém lançar um selo com a sua discografia ou algumas das pérolas que foram colocadas na roda, e aí durante algum tempo alguém lucrará mais com um trabalho bem desenvolvido e que acabou porque se esgotou enquanto modelo comercial.

Um dos modelos mais transgressores e abusivos do mercado mundial é o ligado a produção de música. Começa pela exploração dos artistas e termina quase sempre pela absorção do acervo por uma empresa multinacional não brasileira (não estou dizendo que é o caso da Kuarup) que a partir daí passa a impor um modelo de lucro rápido e sem levar, na maioria das vezes, em consideração o padrão de qualidade e manutenção de uma cultura brasileira, visa apenas o lucro, impõe modismos e destrói valores e artistas que em várias ocasiões depois serão reconhecidos.

Ainda bem que a internet, que muitos tentam controlar (vide projeto de um dos inventores do mensalão Eduardo Azeredo no Congresso Nacional), permite hoje a divulgação de projetos culturais livres e independentes da indústria fonográfica.

O que, na minha opinião, leva um gravadora como a Kuarup a não continuar é o jogo desleal e impositor dos grandes da indústria fonográfica de dpmínio com o uso de jabás e etc.

A internet hoje desenvolve o trabalho que, os artistas compositores partiram para realizar a partir dos anos 1960-1970 - percebendo que a sua critivadade não retornava para êles o ganho que lhes desse até mesmo o sustento de sobrevivência, passaramm a ser cantores.

A internet hoje ao divulgar o trabalho intelectual de compositores e artistas, permite que as suas apresentações sejam o carro chefe para o retorno financeiro do seu trabalho pois o ganho com a venda dos discos sempre foi da indústria fonográfica que hoje sofre o revés com o aumento de apresentações e diminuição da vendagem.

Vários artistas tem hoje sua própria produtora e alguns possuem e tentam manter selos para o lançamento do seu trabalho fonográfico, que se baseiam mais na divulgação realizada pelas apresentações ao vivo, e pasmem contam com a disseminação feita pelos discos piratas que por terem seus preços condizentes com o poder de compra da população são vendidos em grande quantidades.

Quem imaginaria que hoje estaríamos comprando CD´s por R$ 9,90 (nove reais e noventa centavos em, lojas de departamentos) a cerca de 10(dez) ou 20 anos atrás. A pirataria forçou a redução do preço. Porque as gravadoras não aceitam a numeração dos discos? E qual será o verdadeiro prejuízo de todos com o não pagamento de impostos que os piratas sonegam? Para avaliarmos essa interferência deveríamos saber quanto é feito de sonegação de quem deveria pagar impostos.

Talvez essa seja uma das razões que o mercado tenta controlar a internet.

Luciano Menezes

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