10 dezembro 2006

Mensagem 041 - A Marcha do Imperador (Ode a Vida)


A Marcha do Imperador (Ode a Vida)

Luciano Menezes -

Quem detém o poder?
Pergunta sem resposta.
Afeto sem sentimento - “ilusão à toa.”
A natureza imita a vida
e o fingimento parece realidade.
Fotos...
instântaneos...
parece amostra de filme.
O branco domina a paisagem
e a noite nunca chega.
O frio congela até a alma
e o calor do inferno está distante.

Quem agüenta?
Pergunta sem resposta.
Pé ante pé avança em direção ao vazio
Lá onde o vento – venta.
Lá onde a união é que determina a sobrevivência
Não é humano
É apenas vida
É apenas solidariedade
e a vida imita a arte.
Rasteja...
Se contorce...
Se encosta...
Se roça...
E anoitece.

Quem une?
Não há pensamento
só atos
curtos...
longos...
rápidos...
planejados...
inconseqüentes...
Carinhos...
Toques...
Puro prazer,
para o prazer,
pra se manter,
e sobreviver
e ante tudo se procria.

10 julho 2006

Mensagem 040 - Tem Um Amor

Tem um amor

Luciano Menezes

tem um amor que chora
outro que sonha
tem um amor que geme
outro que ganha
tem um amor que acarinha
outro que arranha
tem um amor com fome
outro que come
tem um amor que edifica
outro destrói
tem um amor que implanta
outro corrói
tem um amor que fica
outro que vai
tem um amor que chega
outro espera
tem um amor que cresce
outro que acaba
tem um amor que adormece
outro que acorda
tem um amor que canta
outro que grita
tem um amor que acalma
outro que agita
tem um amor que é amor
outro que é ódio

07 janeiro 2006

Mensagem 039 - Ler e Escrever

Ler e Escrever

Luciano Menezes

Escrever é como a vida
as letras são enzimas
as palavras o sangue
e a leitura o nascimento.
Loucura é compreender a escrita
sonhar é interpretar o sentido
andar é circular nas veias
abertas pelo sentimento
amar é morrer aos poucos
odiar é fechar por fim os olhos.

Mensagem 038 - Viagem

Viagem

Luciano Menezes

Igual ao mercúrio
uni as gotas
rolei na face
me precipitei no espaço
cai em uma pétala
e não senti o baque
desci pelo caule
conheci raízes
circulei nos espaços vazios
da terra
me juntei a um rio
subterrâneo
saí por uma rocha e
o vento me espargiu no ar
Evaporei
Me tornei nuvem
Vaguei pelos céus
um tremendo estrondo
um relâmpago
me mandou de volta
pinguei numa cabeça quente
penetrei nos poros
cheguei ao cérebro
estou de volta
ouvindo o pulsar da vida
e nem sei por que voltei.

Mensagem 037 - Resto

Resto

Luciano Menezes

Chovendo nessa vida
toda eu me molhei
Igual lagoa morta
por um resto de viver.