26 dezembro 2008

Mensagem 073 - Não me deixe mais

Não me deixe mais

Luciano Menezes

Não me deixe mais pois serei feliz
e você não quer nada mais
do que me amargurar
não me deixe mais pois eu poderei
me acostumar a ficar sem você
e aí então o seu psique não vai agüentar
e o meu fisic-du-rolle vai desaparecer
pois só você faz ele ao acabar reaparecer

não me deixe mais pois se eu gostar
não vou mais voltar e nem mais deixar
a porta se abrir e você entrar e vir reclamar
que eu não lhe vi, que não lhe falei,
que não lhe busquei, que não lhe quero mais
não me deixe mais pois posso descobrir
que sou mais feliz sem o seu estar

não me deixe mais pois será o fim
não mais haverá a repetição
a cena final fará o pano fechar
e a platéia toda irá se levantar
não vai aplaudir nem irá vaiar
todos compreenderão que tudo acabou
e nunca mais será reapresentada
não ficou famosa não serviu pra nada
apenas nós ouvimos e sentimos
tudo terminou foi nosso final
sem uma lamúria sem o som de glória
sem lamentação sem bater tambor
sem tocar clarim sem o sino tocar
sem música de fundo tudo se acabou

24 dezembro 2008

Mensagem 072 - Foi a noite

Foi a noite

Luciano Menezes

Ontem a noite eu bebi eu sei
Mas não me esqueci do que aconteceu
Foi tão tarde e ainda lembro bem
A bebida acabou o sonho se fez
e você como um pesadelo desapareceu

Acordei e não esqueci que lhe vi
Só não sei como foi que eu lhe perdi
E ficou tão gravada em mim
O seu vulto, uma sombra, um olhar vulgar
e um copo vazio no lugar e no bar

Ilusão que eu bebi talvez e nem mais
me encherá de esperança de tornar lhe ver
como no copo você também se evaporou
E agora eu não tenho nem mais o sabor
nem recordo mais do que aconteceu

15 dezembro 2008

Mensagem 071 - Solidão

Solidão

Luciano Menezes

A solidão me pega
quando eu fico fraco
a solidão me encontra
quando eu não acho
razão pra ser feliz
mesmo na multidão.

a solidão me ronda
a solidão me afunda
a solidão é quando
me perco no tempo
e o tempo não para
pra eu me rever
e o tempo só corre
pra eu me perder.

solidão.

11 dezembro 2008

Mensagem 070 - Os três pequeninos

Os três pequeninos

Luciano Menezes
para Maíra, Marat e Marcos Andre(Zé)

sonho com a solidão e me basto
mas quando três pequeninos aparecem
sinto que já não sou o mesmo

já não são tão pequenos
e me ensinam o que e' a vida
me devolvem a alegria perdida
e me perco em devaneios ermos

da mesma forma que vieram se vão
e eu fico ali parado vendo a sombra
da felicidade se ir sem deixar rastro

03 dezembro 2008

Mensagem 069 - O Tempo

O Tempo

Luciano Menezes 03/12/2008

Um dia estava cansado
e desliguei o relógio
santo dia
a partir daí
não mais perdi a hora
nem cheguei atrasado
e nunca
nunca mais
me faltou tempo.

O tempo é escravo da razão

A vida começa
quando acordamos
e apenas deixamos
que o tempo
siga o seu percurso
percorra o seu caminho
tranqüilo sem pressão
apenas passando
sem registro
sem delongas
sem deixar rastros

O tempo nunca acaba
e nem começa
Não muda o lugar
não enxerga o futuro
nem o passado.

26 novembro 2008

Mensagem 068 -Ser Amargo

Hoje dia 26/nov/2008, em uma entrevista o escritor Saramago declarou:

- Não sou pessimista o mundo é que é péssimo.

Em homenagem a Saramago segue a poesia abaixo:



Ser amargo

para José Saramago
Luciano Menezes 26/novembro/2008

Sara MAGO
Ser amargo
mas o mundo
não lhe deixa
em paz.

21 setembro 2008

Mensagem 067 - Expiação

Expiação

Luciano Menezes

Senti
dor no peito que coisa rara
me cortava que nem navalha
e não tem nem explicação

Pensei
que a saudade, essa, não tem idade
das lembranças que hoje guardo
eu não lembro mais nada não

Sorri
Tou chegando a uma nova idade
como se fosse mudar de cidade
tudo que vejo é alucinação

Chorei
mas chorei foi de felicidade
pois o pranto chorado com sagacidade
não é pranto é expiação

E assim
vou voltando pra uma nova vida
pois aquela, aquela minha antiga
não tem jeito e não quero mais não

22 junho 2008

Mensagem 066 - Pescaria

Pescaria

Luciano Menezes

A voz que eu escuto não é minha
vem do fundo do mar e não é sonho
é um sibilo cantado e tão tristonho
que me deixa enfadado no caminho

Eu procuro seguir o seu zumbido
como se fosse mavioso esse cantar
reproduzo esses sons que me encantam
se enroscando nessa águas de além mar

Não é canto de sereia vem no vento
que alisa as pedras que deflora o ar
e se esvaie em pequenos sangramentos
enrugando e o sal a lhe talhar

Enrugada a pedra ali vê a alvorada
e aquecida pelo sol chama os incautos
que buscando calmaria e alimento
ali jogam seus anzóis contra o vento
e arpoam peixes mansos pro manjar

Como dádiva presume ter um preço
a quimera é trocada sem piscar
num lampejo uma onda envolve e leva
o ser homem pra viver sempre mar.

15 junho 2008

Mensagem 065 - Os Cinco Sentidos

Os Cinco Sentidos

Luciano Menezes –

Todo dia ela faz diferente
tem dia que senta e reclama
num outro se chega e me chama
às vezes é um tal de falar
sem me deixar escutar

Todo dia ela faz diferente
tem dia que grita contente
ou então finge que sente
e depois vai feliz a cantar
e eu sem deixar de olhar

Todo dia ela faz diferente
inventa um cabelo pra trás
as unhas até pinta demais
me sinto então com coragem
o corpo é minha modelagem

Todo dia ela faz diferente
o perfume invade a mente
não é igual se escorrer ou suar
o cheiro que fica é pra sempre
e eu chego a me estontear

Todo dia ela faz diferente
avança tão sofregamente
que faz o desejo aumentar
todo dia ela faz diferente
e acostumou esse meu paladar.

01 junho 2008

Mensagem 064 - O Preço da Paz

O Preço da Paz.

Luciano Menezes

Mas que loucura,
aconteceu,
e,
sem saber eu
me envolvi
Não sei o que vivi,
nem sei porque
Mas hoje longe
fico a pensar
porque me enrosquei
tão sem querer
e deixei me dominar
sem resistir
Foi uma brisa,
que me levou a bailar,
a me divertir,
pensando
que nada iria machucar
Mas me soltei,
saí bem leve
e ainda estou chorando
por descobrir
a alegria de viver cantando,
sonhando
e andando sem parar,
só olhando a fila passar
E não vou mais me envolver,
mesmo até,
se eu quiser
Não vou deixar que isso ocorra
que a vida morra
pois o que
eu
quero
é viver em paz.

14 maio 2008

Mensagem 063 - A vida em três atos

A vida em três atos

Luciano Menezes

CENA 1
o toque então se deu
três vezes repetiu
a luz se apagou
e a cena no escuro
aconteceu.

CENA 2
a luz se acendeu
num canto há um bar
no outro encontra eu
e um personagem
pela cena a caminhar

CENA 3
quem me inventou fui eu
quem caminhou não sei
e o pano se fechou
e ninguém entendeu
que a história enfim
continuou.

20 fevereiro 2008

mensagem 062 - A imprensa brasileira e as informações erradas


Abaixo as manchetes dos principais jornais do Brasil no dia 20/fevereiro/2008, alguns foram mais sutis, de onde surgiu a notícia da renúncia?

Confirmem e leiam a notícia real:
O Globo – Rio de Janeiro
Saída de Fidel abre espaço para transição em Cuba

O Estado de São Paulo – São Paulo
Fidel Castro renuncia após 49 anos de poder em Cuba

Folha de São Paulo – São Paulo
Fidel renuncia após 49 anos

Estado de Minas – Minas Gerais
Fidel sai de cena

Gazeta do Povo – Paraná
Troca de comando

A Tarde – Bahia
Fidel sai de Cena

Zero Hora
A renúncia de Fidel

Diário de Pernambuco
Vencido pelo tempo


um lider é aquele que conduz o seu povo a ocupar um lugar definitivo na história – esse é Fidel Alejandro Castro Ruz.

Abaixo a informação real:
Fidel Alejandro Castro Ruz (Birán, Holguín, 13 de Agosto de 1926) é o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros (presidente da República) de Cuba, a qual governa desde 1959 como chefe de governo e de 1976 como chefe de estado.
Em 19 de fevereiro de 2008, Castro anunciou no jornal do partido comunista Granma que não se recandidataria ao cargo de presidente de Cuba, cinco dias antes do seu mandato terminar.

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http://www.granma.cu/portugues/index.html



MENSAGEM DO PRESIDENTE CUBANO
Desejo apenas combater como
um soldado das idéias
• Não aspirarei nem aceitarei o cargo de presidente do Conselho de Estado e de comandante-em-chefe
Queridos compatriotas:
• PROMETI-LHES na sexta-feira passada, 15 de fevereiro, que na próxima reflexão trataria de um tema interessante para muitos compatriotas. Esta adquire, desta vez, forma de mensagem.
É hora de cadidatar e eleger o Conselho de Estado, seu presidente, vice-presidentes e secretário.
Ocupei o honroso cargo de presidente ao longo de muitos anos. Em 15 de fevereiro de 1976 foi aprovada a Constituição Socialista por voto livre, direto e secreto de mais de 95% do cidadãos com direito ao voto. A primeira Assembléia Nacional foi constituída em 2 de dezembro desse ano e elegeu o Conselho de Estado e sua presidência. Antes ocupei o cargo de primeiro-ministro durante quase 18 anos. Sempre tive as prerrogativas necessárias para implementar a obra revolucionária com o apoio da imensa maioria do povo.
Conhecendo meu precário estado de saúde, muitas pessoas no exterior pensavam que a renúncia provisória ao cargo de presidente do Conselho de Estado em 31 de julho de 2006, que passei ao primeiro-vice-presidente, Raúl Castro Ruz, era definitiva. O mesmo Raúl, que, além do mais, ocupa o cargo de ministro das Forças Armadas Revolucionárias (FAR) por méritos pessoais, e os demais companheiros da direção do Partido e do Estado, se recusaram a que me afastasse do exercício do cargo, apesar de meu estado precário de saúde.
Minha posição era incômoda face a um adversário que fez todo o possível para se desfazer de mim e não me agradava nada fazer sua vontade.
Mais em diante, pude conseguir novamente o domínio pleno de minha mente e a possibilidade de ler e meditar muito, ao me ver obrigado ao repouso. Acompanhavam-me as forças físicas para escrever durante muitas horas, que alternava com a reabilitação e os programas pertinentes de recuperação. O elementar senso-comum me indicacava que essa atividade estava a meu alcance. De outro lado, sempre me preocupou, ao falar em minha saúde, evitar ilusões, que caso houver um desenlace adverso, trariam notícias traumáticas a nosso povo em meio à batalha. Prepará-lo psicológica e politicamente para minha ausência era meu primeiro dever depois de tantos anos de luta. Sempre salientei que se tratava de uma recuperação "não isenta de riscos".
Meu desejo sempre foi cumprir o dever até o último alento. É isso que posso oferecer.
Comunico a meus queridos compatriotas, que, para minha honra, me elegeram há uns dias membro do Parlamento, em cujo seio deverão ser tomados acordos importantes para o destino de nossa Revolução, que não aspirarei nem aceitarei — repito — não aspirarei nem aceitarei o cargo de presidente do Conselho de Estado e de comandante-em-chefe.
Em breves cartas encaminhadas a Randy Alonso, diretor do programa Mesa-Redonda, da Televisão Nacional, que a pedido meu, foram divulgadas, alguns elementos desta mensagem que hoje redijo foram incluídos, e nem sequer o destinatário das missivas sabia de meu propósito. Tinha confiança em Randy porque o conheci bem quando era estudante de jornalismo e me reunia quase todas as semanas com os representantes principais dos estudantes universitários, o qual era já conhecido no interior do país, na biblioteca da ampla casa de Kohly, onde residiam. Hoje todo o país é uma imensa Universidade.
Eis alguns parágrafos escolhidos da carta endereçada a Randy, em 17 de dezembro de 2007:
"Minha mais profunda convicção é que as respostas aos problemas atuais da sociedade cubana, que possui uma média de instrução de 12ª série, quase meio milhão de universitários e a possibilidade real de estudo para seus cidadãos sem discriminação alguma, precisam de mais variantes de resposta para cada problema específico que aquelas contidas num tabuleiro de xadrez. Não se pode ignorar nenhum detalhe, e não se trata de um caminho fácil, se a inteligência do ser humano numa sociedade revolucionária vai prevalecer sobre seus instintos.
"Meu dever elementar não é aferrar-me a cargos, e ainda menos obstruir a posse de pessoas mais jovens, mas transmitir experiências e idéias, cujo modesto valor provém do tempo excepcional que me coube viver.
"Penso, como Niemeyer, que é preciso ser conseqüente até o fim."
Carta de 8 de janeiro de 2008:
"...Sou partidário decidido do voto unido (um princípio que preserva o mérito ignorado). Foi isso que nos permitiu evitar as tendências para copiar aquilo que vinha dos países do antigo bloco socialista, entre elas, o retrato de um candidato único, tão solitário quanto tão solidário a Cuba. Respeito muito aquela primeira tentativa de construir o socialistamo, graças ao qual conseguimos ir para frente pelo caminho escolhido."
"Não esqueço que toda a glória do mundo cabe num grão de milho", enfatizava naquela carta.
Por conseguinte, trairia minha consciência se ocupasse um cargo para o qual se precise de mobilidade e de entrega total, e não tenho condições físicas para isso. Explico-o sem dramatismo.
Felizmente, o nosso processo ainda dispõe de dirigentes da velha guarda, além de outros que eram muito novos quando da primeira etapa da Revolução. Outros, quase garotos, se uniram aos combatentes das montanhas e depois, com seu heroísmo e suas missões internacionalistas, encheram de glória o país. Possuem a autoridade e a experiência para garantir a sucessão. Da mesma maneira, o nosso processo conta com a geração que aprendeu conosco os elementos da complexa e quase inacessível arte de organizar e dirigir uma revolução.
O caminho sempre será difícil e precisará do esforço inteligente de todos nós. Desconfio dos caminhos aparentemente fáceis da apologia, ou da autoflagelação como antítese. Devemos preparar-nos sempre para o pior. O fato de sermos tão prudentes no sucesso quanto firmes na adversidade é um princípio que não devemos esquecer. O adversário a derrotarmos é bem forte, mas, durante meio século, nunca lhe permitimos que passassem as raias.
Não me despeço de vocês. Apenas desejo combater como um soldado das idéias. Continuarei escrevendo sob o título "Reflexões do presidente Fidel". Será mais uma arma do arsenal com que poderão contar. Talvez minha voz seja escutada. Serei cuidadoso.
Obrigado.

Fidel Castro Ruz
18 de fevereiro de 2008
17h35

01 fevereiro 2008

Mensagem 061 - Esqueça

Esqueça

Luciano Menezes

Quando você for embora
leve tudo que é seu,
não esqueça nada,
mas,
deixe o meu coração
e minha alma.

30 janeiro 2008

Mensagem 060 - Que a vida seja só felicidade

Que a vida seja só felicidade

Luciano Menezes

Por que usar máscaras
se temos um rosto.
De que serve a mentira
se vivemos a realidade.
Para que servem as grades
se estamos todos soltos.

22 janeiro 2008

Mensagem 060 - Retomando a pauta

Retomando a pauta

Luciano Menezes

Quando o corpo não mais agüentar
eu não vou ficar parado,
nem me lamentar.

Quando a mente estagnar
eu não vou ficar pensando,
pois deve doer.

Quando os músculos não atenderem ao desejo
eu não vou buscar paliativos.
Vou continuar olhando em frente
buscando novas formas de viver.

Se não mais estiver vivo
e fecharem meus olhos
(pressentirá a mente)
observarei como todos lembrarão de mim
até que passe alguém que interesse mais
e isso não é desprezo, nem indelicadeza.
É apenas a vida continuando.

09 janeiro 2008

Mensagem 059 - Bem que eu falei

Bem que eu falei

Luciano Menezes 09/jan/2008

Eu quero ficar só
e não vou reclamar
se você for embora
sem dizer adeus
Só vou cortar os pulsos
deitar num entalhado
e achar engraçado
quando ouvir o choro seu

Bem que falei
isso não vai dar certo
eu não sou muito ligado
em adivinhação

Bem que eu pensei
entrei numa furada
e não adianta mais
nenhuma explicação

Bem que eu falei
A gente não é esperto
o nó preso na garganta
não dá pra disfarçar
ou engolir sei lá

Ficar vagando atoa
boiando igual canoa
assim eu lhe garanto
não vou me deixar

Bem que eu falei
agora não tem jeito
não mais arranje desculpas
por que já aconteceu

Seja feliz
e mande mil lembranças
aos amigos seus
ou aos meus.